Afinal, andador faz mal para a criança?


Muito se fala a respeito de andadores. Vamos diferenciá-los, primeiro, pelos tipos: na primeira figura tem o comum; na segunda, um andador como o de adultos; na terceira, um exersaucer.
O que diferencia os humanos de outros mamíferos é o fato de que, quando nascemos, nosso cérebro ainda não está pronto; ele cresce e se desenvolve ao longo dos anos. O mesmo acontece com o controle muscular. Por isso, aprendemos a rolar, depois sentar, engatinhar e, por fim, andar. Cada uma desta fases envolve uma série extremamente complexa de desenvolvimento cerebral e muscular.
Usar andadores como os das duas primeiras figuras pode comprometer o desenvolvimento normal da criança, pois ela pula etapas, ou as inicia muito antes de seu cérebro estar pronto. Com isso, alguns defendem que a criança apresenta na realidade mais dificuldade de andar.
Isso é difícil de dizer, pois cada criança tem o seu ritmo e o seu organismo pode ser naturalmente mais rápido para determinada tarefa (engatinhar) e mais lento para outra (andar). Mas sempre se deve deixar a natureza seguir seu curso.
O grande problema com o primeiro andador é que o risco de quedas e traumas de crânio é bastante grande, e por isso ele foi proibido no Canadá.
Andar muito precocemente aumenta o risco de uma doença dos joelhos (Blount), que os deixa tortos, mas isso não depende diretamente do andador. Falaremos mais dela no futuro.
Por estes motivos, as sociedades de pediatria não recomendam estes andadores.
O terceiro tipo de andador, porem, só é usado quando a criança já é capaz de andar sozinha, mas precisa de apoio. Ele tem a mesma função que cadeiras e caixas, que a criança empurra sozinha. No entanto, é sempre importante ficar perto, pois a criança pode escorregar e cair da mesma forma.
Resumindo: evite andadores. A criança irá sempre ditar o seu próprio ritmo, e não adianta ficar tentando acelerar a natureza.
Ficou com alguma dúvida? Entre em contato!
Dr. David Gonçalves Nordon
CRM-SP 149.764
TEOT 15.305