Escoliose
O que é?
Escoliose é uma deformidade da coluna vertebral em três dimensões, ou seja: a coluna é ao mesmo tempo inclinada (o que pode ser para os lados e/ou para frente e para trás) e rodada.
Pode ser dividida em: idiopática (sem causa definida) ou secundária a outras doenças. No caso da idiopática, é também dividida por faixa etária e de acordo com algumas características em: infantil (recém nascido até infância precoce), juvenil (dos 4 aos 10 anos) e do adolescente (a partir dos 10 anos).
O que causa?
No caso da escoliose idiopática, não há uma causa definida; em alguns casos, alterações na formação do embrião levam ao desenvolvimento de vértebras defeituosas que, com o crescimento, criam as curvaturas da deformidade.
No caso das escolioses secundárias, a causa se relaciona à doença que o paciente tem. Na escoliose neuromuscular, por exemplo, doenças como paralisia cerebral, distrofias musculares, certas síndromes genéticas, neurofibromatose levam ao desenvolvimento de deformidade na coluna por desequilíbrio muscular. Esta diferenciação influencia consideravelmente o tratamento que pode ser proposto pelo médico.
O que a criança sente?
A princípio, nada. Familiares podem identificar deformidades progressivas, a formação de gibas nas costas, alteração do alinhamento dos ombros, entre outras alterações. A escoliose, no entanto, não causa dor, a não ser que seu ângulo seja superior a 70 graus. Em casos de escoliose muito grave, com mais de 100 graus de inclinação, pode ocorrer comprometimento respiratório e cardiovascular.
Como diagnosticar?
O diagnóstico é inicialmente feito pelo exame clínico; o médico consegue, sem muita dificuldade, encontrar a localização da curva. Em seguida, solicitam-se radiografias para medir a magnitude desta curva, ver se ela pode ser diminuída ou acentuada de acordo com a inclinação do tronco, e também para estimar o crescimento restante da criança, pois isso direciona se será necessária alguma intervenção ou não.
É importante saber que só é considerada escoliose quando a curvatura da coluna no plano coronal (de frente) ultrapassa 10 graus. Até este valor, é considerada uma angulação tolerável, compatível com uma variação da normalidade para a coluna.
Como tratar?
O tratamento da escoliose é feito de diversas formas, de acordo com a gravidade, a faixa etária, e se é idiopática ou secundária.
Casos de baixa gravidade, com baixo risco de progressão, são tratados com acompanhamento clínico seriado com radiografias para documentar a evolução da doença.
Casos de gravidade moderada podem ser tratados com coletes, dentre eles, o colete de Milwaukee, que diminuem a progressão da doença, mas não promovem a correção da escoliose.
Casos de alta gravidade são tratados com cirurgia, e existem diversas técnicas de tratamento. Certas técnicas utilizam pinos e hastes para corrigir a deformidade da coluna; outras usam hastes implantadas nas costelas e bacia, que direcionam o crescimento para corrigir a deformidade conforme a criança cresce. Estas são utilizadas principalmente em crianças mais jovens, uma vez que o tratamento com pinos e hastes impede o crescimento da coluna, o que compromete a estatura final da criança.
No caso de escoliose secundária a doenças neuromusculares, geralmente é optado por cirurgia mais precocemente, pois a doença leva a uma progressão mais rápida e importante do que na escoliose idiopática.
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Dr. David Gonçalves Nordon
CRM-SP 149.764
TEOT 15.305